Base Bíblica: Ap 3.14-22
Creio que no tempo em que vivemos existe um chamado intenso sendo direcionado do Trono de Deus para as nossas vidas: é o chamado para o despertamento espiritual.
Despertar significa literalmente "acordar, atiçar, provocar", mas, principalmente, despertar significa "dar origem". Nesta noite, o Senhor Deus quer trabalhar em nossas vidas para que nós possamos entregar a Ele a possibilidade da construção de uma vida transformada, fervorosa e próxima dEle. Despertamento Espiritual é, assim, dar origem para uma nova vida com Deus através da demonstração de uma completa abertura para a ação do Espírito Santo em nosso ser.
Por isso, entre muitas questões de suma importância, podemos entender que o despertamento espiritual é uma chama que arde com intensidade em nossas vidas gerando o genuíno avivamento: a conseqüência direta do arrependimento, da oração, da consagração, da Palavra de Deus e da Santificação. De alguma forma, nosso Deus tem nos tratado em nosso interior, mas, ainda assim, é tempo de despertarmos: "Desperta ó tu que dormes" (Ef 5.14).
Este é um tempo separado por Deus para dar origem à uma nova vida em nós. Não importa há quanto tempo somos cristãos/as, mas, a medida de nossa entrega a Ele permitirá uma obra de renovação tão intensa, que, todos os rótulos e obstáculos nos serão retirados e, de uma forma maravilhosa, "nosso Deus será tudo em nós".
Contudo, para despertarmos, o Senhor nos mostra em sua Palavra algumas questões muito interessantes, ou seja, se hoje Ele tem a necessidade de novamente nos despertar, é porque, de alguma maneira nós estamos dormindo, ou seja, de alguma maneira deixamos de viver a plenitude de sua vida em nós.
Isto pode ser claramente visto na Igreja de Laodicéia. Existe uma corrente de interpretação que propõe o fato de que cada uma das sete igrejas do Apocalipse representam um determinado tempo histórico. Muitos estudiosos dizem desta forma que, que no horizonte histórico, a Igreja de Laodicéia representa o final dos tempos. Cronologicamente seria a ultima Igreja antes do retorno de Cristo, revelando por isso, um tempo de um gradativo enfraquecimento e esfriamento, e, conseqüentemente, a apostasia do final dos tempos. Muitos destes estudiosos afirmam a Igreja de nosso é a representação fiel de Laodicéia.
Infelizmente para nós, isso não é uma boa notícia, uma vez que ao que vemos, este é o pior tipo de pastor e de igreja, ou seja, o tipo morno, encruado, que não avança. O pior de tudo é o fato de que esta igreja vacilante, não aceita a presença do próprio Senhor, que tem que bater à porta para entrar, que quer dizer que, não é bem-vindo. Este pastor e esta igreja julgam-se muito bons não precisam da força de Deus e do Espírito Santo, por isso, Jesus diz de uma forma muito clara: "estou a ponto de vomitar-te da minha boca" (3.16).
Mas, o melhor de tudo é que, a ação de Deus é de restauração e, nunca de condenação. Enquanto existir a possibilidade da salvação e da cura, nosso Deus agirá e fará tudo o que for possível para sejamos transformados.
Para nos despertar, Ele em primeiro lugar nos mostrará nossas necessidades. Na verdade, nos mostrará de forma intensa que:
Ele Sabe de nossa Condição: "sei que não és frio e nem quente" (v. 15-16)
A Igreja de Laodicéia não recebeu nenhum elogio do Senhor Jesus. Não era uma igreja que vivia ou permitia algum tipo de imoralidade. Seu maior problema era a sua indiferença. Muitas vezes pensamos que o contrário do amor é o ódio, mas, tenho entendido que, o contrário do amor é a indiferença. Uma pessoa e uma igreja indiferente são do tipo apáticos, descuidados, negligente, frias, insensíveis...
Meus irmãos e irmãs: não basta nos distanciarmos do mal, é preciso nos aproximarmos de Deus. Muitas pessoas acreditam que não fazer nada de mal é suficiente para que Deus esteja satisfeito, mas, isso é uma mentira, tanto que, Jesus reprovou esta igreja justamente por isso.
"Podemos passar um verniz de crente em nossas vidas e até convencer as pessoas de que somos supercrentes, mas não vamos conseguir enganar a Deus, que tudo vê e tudo conhece". (Alfredo do Santos Oliva).
Ele conhece o profundo do nosso ser: "Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta" (v. 17).
A indiferença gera em nós o senso de independência, de auto-suficiência. Passamos a desenvolver o Egoísmo. Não nos enganemos: a centralização do nosso Ego está na base de todo tipo de pecado. Jesus disse em Lc 14.27: "Se alguém vem a mim e não aborrece... a própria vida" isto é, não ama menos a sua própria vida do que a mim, "não pode ser meu discípulo".
Despois de mostrar a nossa real condição, Ele nos mostrará o que devemos fazer:
"Aconselho-te": A ação renovadora de Deus
Para nosso Deus não existe "Rua sem saída". Apesar de toda a indiferença da igreja de Laodicéia, Ele demonstra um amor tão intenso quanto sua repreensão. Ele foi severo, agora é puro amor e misericórdia. Mas interessante é o fato de que agora, esta Igreja é convidada a comprar ouro para a purificação; vestes brancas para a inocência e colírio para enxergar de fato o propósito de Deus. Mas comprar como? – Qual seria o preço? – Isaias 55.1—2 nos mostra que:
"O vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura".
"Repreendo e disciplino a todos quantos amo" (v.19)
Quando pensamos em repreensão e disciplina, talvez automaticamente, vêm à nossa mente a figura de algo ruim, mas, na verdade, repreensão e disciplina são sinônimos de cuidado e amor!
É uma experiência de amor: a Igreja que ainda não teve a experiência profunda de ser amada por Deus jamais poderá ter as suas feridas curadas e jamais poderá ser instrumento na cura daqueles/as que tanto necessitam da cura divina!
"Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl 119.71)
"Eis que estou a porta e bato": Chamado para a intimidade
Diariamente há um toque na porta dos nossos corações. Batendo sempre, querendo entrar, abra a porta para que entre o Rei da Glória, abra a porta da sua vida, aceite o convite, tenha intimidade com Jesus, deixa a verdade e a vida entrar em seu coração!. Deixe que Ele realize uma grande festa na sua vida, na sua família, em nossa igreja, cidade, país. Abra a porta do seu coração. Deixa Cristo entrar, operar, curar, transformar, libertar, enfim, dar-lhe uma nova vida, uma nova visão sobre o mundo, sobre você mesmo.
Este é um chamado à adoração exclusiva: nosso Deus não quer dividir sua glória, Ele quer ter a primazia em nossas vidas; é um chamado a adoração comunitária como fonte de vida e de poder, que significa estar com Deus o tempo em todo lugar.
Abrir esta porta e permitir a entrada do Rei da Glória é receber o chamado para a adoração como um estilo de vida que glorifica nosso Deus acima de tudo e de todos!
Finalmente, meus irmãos e irmãs: A promessa para esta igreja se concentra em todos (as) que guardarem até o fim as palavras do Senhor e também para todos (as) que se arrependerem. Todos os que aceitarem a repreensão e a disciplina e se permitirem serem despertados pelo Senhor!
Sim, para todos (as) os vitoriosos (as) será concedido que se assentem no trono juntamente com Jesus, demonstrando a vocação humana de reinar com Cristo pela eternidade.
Meus irmãos e irmãs, isso é despertamento espiritual, ou seja, receber do Senhor a possibilidade de ser vitorioso (a). È também ser repreendido, mas, sobre todas as coisas, ter uma profunda e intensa experiência de amor e adoração por Aquele que vive pelos séculos dos Séculos; Aquele que venceu e que quer fazer-nos vencedores ao seu lado, desfrutando do melhor de Deus pela eternidade das eternidades sem fim!