segunda-feira, 5 de outubro de 2015

PERDÃO E CONFIANÇA


"A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: "Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. "Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’. "Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado". (Lucas 18.9-14)


Vivemos um período muito complicado e, ao mesmo tempo, interessante da história humana. A organização econômico, social, política e natural (climática) mundial está cada vez mais envolvida numa grave crise, que, cada dia, parece estar mais próxima de nós. Apesar de entendermos que tudo isso é apenas o começo das dores, será que já podemos extrair alguma lição deste momento e, assim, iniciar um processo de construção de um futuro melhor?



Certamente podemos entender que um período de crise é uma etapa da vida em que algo nos é retirado. Neste caso, esta crise certamente servirá para mostrar ao ser humano que ele não consegue experimentar a plenitude da vida sem a presença constante de seu criador.
Todos os sistemas humanos são falhos. Já ocorreram inúmeras crises ao longo da história humana. Por que os sistemas humanos falham? – Porque eles não conseguem se renovar. Ao contrário da ação de Deus em que podemos perceber que as misericórdias do Senhor são renovadas a cada manhã, significa que Deus renova sua ação no mundo, na vida humana, na natureza e no cosmos.

Ao ler esta parábola podemos verificar algumas questões importantes e também podemos relacioná-las com o tempo que vivemos. Certamente já ouvimos muito sobre esta parábola. Podemos afirmar que o fariseu não é criticável por orar de pé como era costume dos judeus e, também nosso; nem pelo que ele diz, que de alguma maneira é muito bom. Pela Lei Judaica, era exigido apenas um de jejum ao ano.

Mas, se as palavras do fariseu estavam de acordo com a Lei Religiosa Judaica, qual era então o seu problema? – O problema dele e, porque não dizer de muitos de nós, é o que ele não diz, ou seja, ao julgar-se muito bom e cumpridor da Lei, ele não ele não leva em conta os seus pecado, e, pior ainda, ele se compara ao cobrador de impostos humilhando-o.

Apesar de aparentemente agir conscientemente enumerando os seus “grandes” feitos, ele não tem consciência de que precisa de Deus e que com esta atitude jamais será perdoado e justificado de suas falhas: “Misericórdia quero, não holocaustos”.

O cobrador de impostos, ao contrário sabe bem quem ele é o que faz, e, só tem olhos para os seus pecados. Seu único pedido é por perdão (Sl 51.17). Este cobrador de impostos sabe que precisa de Deus, e que sem a justiça do Senhor, ele está condenado a viver uma vida de pecado e de vazio espiritual.

Nesta parábola Jesus coloca diante de nós dois extremos da sociedade: o fariseu que se julga perfeito e justo, e o cobrador de impostos, numa atitude de reconhecimento de suas falhas e da necessidade de Deus. Com qual destes nós nos identificamos?


A grande questão é a seguinte: como pode alguém vivendo dentro de um sistema injusto, gabar-se da sua própria justiça? 
A conclusão é que precisamos de Deus, e, sobretudo, do perdão, da graça, da coragem, da cura oferecida através de Cristo, mas, para isso, é preciso reconhecer que precisamos do remédio de Deus para os males humanos. É preciso reconhecer que precisamos do Senhor em nossas vidas!