"A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros,
Jesus contou esta parábola: "Dois homens subiram ao templo para
orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no
íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões,
corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes
por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. "Mas o publicano
ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito,
dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’. "Eu lhes
digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus.
Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado".
(Lucas 18.9-14)
Vivemos um
período muito complicado e, ao mesmo tempo, interessante da história humana. A
organização econômico, social, política e natural (climática) mundial está cada
vez mais envolvida numa grave crise, que, cada dia, parece estar mais próxima
de nós. Apesar de entendermos que tudo
isso é apenas o começo das dores, será que já podemos extrair alguma lição
deste momento e, assim, iniciar um processo de construção de um futuro melhor?
Certamente podemos entender que um
período de crise é uma etapa da vida em que algo nos é retirado. Neste caso,
esta crise certamente servirá para mostrar ao ser humano que ele não consegue
experimentar a plenitude da vida sem a presença constante de seu criador.
Todos os sistemas humanos são
falhos. Já ocorreram inúmeras crises ao longo da história humana. Por que os
sistemas humanos falham? – Porque eles não conseguem se
renovar. Ao contrário da ação de Deus em que podemos perceber que as
misericórdias do Senhor são renovadas a cada manhã, significa que Deus renova
sua ação no mundo, na vida humana, na natureza e no cosmos.
Ao ler esta parábola podemos
verificar algumas questões importantes e também podemos relacioná-las com o
tempo que vivemos. Certamente já ouvimos muito sobre esta parábola. Podemos
afirmar que o fariseu não é criticável por orar de pé como era costume dos
judeus e, também nosso; nem pelo que ele diz, que de alguma maneira é muito
bom. Pela Lei Judaica, era exigido apenas um de jejum ao ano.
Mas, se as palavras do fariseu
estavam de acordo com a Lei Religiosa Judaica, qual era então o seu problema? –
O problema dele
e, porque não dizer de muitos de nós, é o que ele não diz, ou seja, ao
julgar-se muito bom e cumpridor da Lei, ele não ele não leva em conta os seus
pecado, e, pior ainda, ele se compara ao cobrador de impostos humilhando-o.
Apesar de aparentemente agir
conscientemente enumerando os seus “grandes” feitos, ele não tem consciência de
que precisa de Deus e que com esta atitude jamais será perdoado e justificado
de suas falhas: “Misericórdia quero, não holocaustos”.
O cobrador de impostos, ao
contrário sabe bem quem ele é o que faz, e, só tem olhos para os seus pecados.
Seu único pedido é por perdão (Sl 51.17). Este cobrador de impostos sabe que precisa
de Deus, e que sem a justiça do Senhor, ele está condenado a viver uma vida de
pecado e de vazio espiritual.
Nesta parábola Jesus coloca diante
de nós dois extremos da sociedade: o fariseu que se julga perfeito e justo, e o
cobrador de impostos, numa atitude de reconhecimento de suas falhas e da
necessidade de Deus. Com qual destes nós nos identificamos?
A grande questão é a seguinte: como pode alguém vivendo dentro de um
sistema injusto, gabar-se da sua própria justiça?
A conclusão é que precisamos de Deus, e, sobretudo, do perdão, da
graça, da coragem, da cura oferecida através de Cristo, mas, para isso, é
preciso reconhecer que precisamos do remédio de Deus para os males humanos. É
preciso reconhecer que precisamos do Senhor em nossas vidas!
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